foto mostrando funções dos músculos

Qual a função dos músculos? Conheça os diferentes tipos e funções!

Os músculos do nosso corpo correspondem a 50% do peso total dele, sendo formado por um conjunto de estruturas que são responsáveis por diversas funções corporais importantes, incluindo a movimentação e a estabilidade do organismo.

Esse sistema inclui determinados órgãos e tecidos que atuam em múltiplas ações no organismo, contendo aproximadamente 600 músculos que estão associados aos ossos, tendões e sistema nervoso – que atua fornecendo as informações necessárias para a movimentação muscular.

Confira o texto para entender a função dos músculos!

Músculos – conheça mais sobre eles

O músculo é constituído por fibras musculares compostas por células capazes de relaxar ou contrair-se a partir da energia latente controlada pelo sistema nervoso.

O tom avermelhado que se vê na musculatura está relacionada à presença de mioglobina nas fibras musculares, que é uma proteína semelhante à hemoglobina cuja função é o armazenamento e transporte do oxigênio e é um componente fundamental para gerar quantidades elevadas de energia, necessário para a contração muscular e a movimentação.

A literatura médica já catalogou mais de 400 músculos no corpo humano, representando cerca de 50% de toda massa corpórea de uma pessoa.

Tipos de músculos

Os músculos humanos podem apresentar diferentes tamanhos, formas e funções, os quais os levam a ser classificados em três tipos: 

  • Músculo liso ou não estriado;
  • Músculo estriado cardíaco;
  • Músculo estriado esquelético.

Cada tipo apresenta diferenças funcionais e anatômicas:

  • O músculo cardíaco está presente apenas no coração, mas compartilha características com o músculo esquelético, pois ambos se mostram estriados  e se contraem ou encurtam de modo similar. 
  • O músculo liso não tem aparência estriada, mas compartilha com o músculo cardíaco a característica de regulação não consciente, sob o comando do sistema nervoso autônomo.
  • O músculo esquelético, por sua vez, opera sob controle voluntário, de forma que o indivíduo consegue facilmente controlar a velocidade e a amplitude do movimento.
  • Nos músculos cardíaco e liso as atividades ocorrem involuntariamente, embora os centros motores centrais exerçam certo nível de influência.

As características que diferem esses três tecidos relacionam-se à presença ou não de estrias no citoplasma; quantidade de núcleos; localização do núcleo na célula. 

Abaixo você tem mais detalhes sobre cada um dos tipos de músculos.

Função dos músculos: Músculo liso ou não estriado

Está presente em diversos órgãos do corpo humano e são os músculos que possuem contração involuntária e localizam-se nas estruturas ocas do corpo: estômago, bexiga, útero, intestino, pele e vasos sanguíneos. Sua função é assegurar a movimentação dos órgãos internos.

Função dos músculos: Músculo estriado cardíaco

O músculo cardíaco está presente no coração e também são músculos de contração involuntária, mas que estão presentes no coração (miocárdio) e asseguram que os batimentos cardíacos ocorram corretamente.

Função dos músculos: Músculo estriado esquelético

São músculos estriados, aqueles contraídos de forma voluntária, ou seja, os movimentos são controlados pela vontade do indivíduo e estão conectados com os ossos e cartilagens – que através das contrações – permitem movimentos, posições corporais e a estabilização das articulações do organismo.

A partir daqui, o foco do texto será no músculo esquelético.

função dos músculos ilustração

Função dos músculos: Composição do sistema muscular

O sistema muscular compõem-se de um conjunto de músculos que são normalmente divididos em grupos, a depender da parte do corpo em que estão inseridos. 

Os músculos são os tecidos formados por células especializadas chamadas de fibras musculares que detêm a capacidade de contração e de relaxamento, possibilitando a realização de movimentos.

Ao ocorrer a contração de um conjunto de fibras musculares, o músculo todo se contrai, possibilitando a movimentação – pois os músculos estão inseridos no esqueleto humano.

O que são as fibras musculares

As fibras musculares – também chamadas miócitos – são células alongadas que compõem o tecido muscular e podem ter mais de um núcleo.  Essas fibras apresentam miofibrilas formadas por proteínas.

Dentre as proteínas que compõem as miofibrilas citamos abaixo as quatro mais importantes, que são as proteínas responsáveis pelo movimento de contração e relaxamento, imprescindível quando se trata dessas células:

  • Actina;
  • Miosina;
  • Troponina;
  • Tropomiosina.

O tecido muscular esquelético é composto por várias fibras, que são de formato alongado podendo ter vários centímetros de comprimento, mas somente entre 10 a 80 milímetros de espessura. 

As fibras musculares são responsáveis por inúmeras funções exercidas pelo tecido muscular: contrações, força, resistência etc, e uma de suas características principais é a estrutura cilíndrica, que conta com uma única terminação nervosa localizada no centro de cada fibra. 

Essas fibras são compostas pelas miofibrilas, que por sua vez são constituídas por filamentos muito finos de actina e miosina em seu interior.

As estruturas da fibra muscular possuem nomenclaturas celulares diferenciadas: em  caráter primário, essas células são chamadas de fibras, o citoplasma por sua vez é chamado de sarcoplasma, ao passo que o sarcolema é o nome dado à membrana plasmática.

 O desempenho das fibras está atrelado a uma combinação de treinos que desafiam as fibras musculares de distintas maneiras para que elas sejam construídas de uma maneira mais próxima ao natural possível. 

A interação de resistência e movimentos rápidos e fortes permite que a pessoa desenvolva capacidades significativas, tornando suas musculaturas no conjunto muito mais flexíveis, mais versáteis e com maior adaptabilidade.

E essa união de movimentos diversos tem relação com os tipos de fibra muscular envolvidos no processo. Vejamos mais sobre isso abaixo.

Função dos músculos: Tipos de fibras musculares

A divisão do músculo esquelético em distintas classes ocorre por sua característica histoquímica ou bioquímica das fibras individuais, isso faz com que as diferentes terminologias usadas para classificar as fibras musculares sejam resultado da grande variedade de procedimentos utilizados para sua classificação.

Segundo Scott Powers o músculo esquelético é classificado conforme as propriedades bioquímicas individuais de cada fibra, sendo subdivididas em três categorias distintas:

  • Tipo I : fibra de contração lenta
  • Tipo II – a: fibra de contração rápida
  • Tipo II – x:  fibra de contração rápida
tabela função músculo

Desse modo, as fibras musculares esqueléticas podem ser ordenadas em três tipos de fibras, sendo que duas delas são classificadas como fibras rápidas: as de Tipo IIx e Tipo IIa e as fibras lentas classificadas em fibra tipo I.

Os músculos que possuem taxa de reação mais rápida  são constituídos, em sua maior parte, por fibras de contração rápida, contando com uma pequena porcentagem de fibras de contração lenta. 

O desempenho corporal está intimamente ligado ao tipo de fibra recrutada – ou seja, as fibras de contração lenta favorecem a resistência muscular nos exercícios aeróbicos.

Em contrapartida, as fibras de contração rápida oferecem um rendimento maior quanto à força, melhorando os exercícios anaeróbicos. 

A porcentagem de cada tipo de fibra muscular são influenciadas por fatores como:

  • Genética;
  • Níveis hormonais;
  • Nível de atividade e exercício físico individual.

Porém, na grande maioria dos casos, o corpo se utiliza de uma interação entre os tipos de fibras para exercer os movimentos.

Todos os músculos têm porcentagens variáveis de fibras de contração rápida e de contração lenta e de acordo com o tipo de fibra ela apresenta características bem peculiares que as diferenciam, vejamos quais são:

Fibras musculares Tipo I:

As fibras musculares Tipo I são aquelas chamadas de oxidativas lentas ou fibras de contração lenta, pois contém muitas enzimas oxidativas e são envolvidas por maior número de capilares do que qualquer outro tipo de fibra.

Elas também apresentam taxas de concentração de mioglobina mais elevadas que as fibras rápidas, de forma que essa alta concentração de mioglobina, aliada ao grande número de capilares e a alta atividade enzimática mitocondrial, fazem com que essas fibras possuam grande capacidade de metabolismo aeróbio e resistência alta à fadiga.

As fibras de contração lenta possuem a pigmentação vermelha que caracteriza seu rico suprimento em mitocôndrias e de citocromos que contêm ferro em combinação com os altos níveis de mioglobina. 

A alta concentração de enzimas mitocondriais está relacionada intimamente ao maquinismo metabólico aeróbico aprimorado das fibras de contração lenta, de forma que essas características tornam as fibras de contração lenta altamente resistentes à fadiga, apropriadas para a atividade aeróbica prolongada.

Essas fibras recebem a designação de fibras LO, ou lentas oxidativas, para descrever seu encurtamento lento e a dependência do metabolismo oxidativo, pois diferentemente das fibras de contração rápida que cedem à fadiga rapidamente, as fibras LO são recrutadas seletivamente para as atividades aeróbicas.

Para entender melhor:

As fibras de contração lenta geram energia para a ressíntese do ATP de forma predominante pelo sistema aeróbico de transferência de energia e suas quatro características principais são:

  • Baixa atividade de miosina ATPase;
  • Capacidade de manipulação do cálcio e velocidade de encurtamento lentas;
  • Capacidade glicolítica menos desenvolvida que as fibras de contração rápida;
  • Mitocôndrias grandes e numerosas.

Fibras musculares Tipo II:

As fibras Tipo II, por sua vez, podem ser descritas como fibras de contração rápidas ou glicolíticas rápidas, por apresentarem em sua composição um número pequeno de mitocôndrias e limitada capacidade metabólica aeróbica, mostrando-se pouco resistentes ao índice de fadiga. 

Porém, a tensão das fibras Tipo II é muito parecida com as fibras Tipo IIa, que são as fibras consideradas intermediárias, mas que apresentam maior taxa de tensão se comparadas às fibras do Tipo I.

A fibra do Tipo IIa é de encurtamento rápido e com capacidade moderadamente bem desenvolvida para a transferência de energia a partir de fontes tanto aeróbicas quanto anaeróbicas, sendo essas as fibras representantes da categoria: rápidas oxidativas glicolíticas (ROG). 

A fibra do Tipo IIb já apresenta o maior potencial anaeróbico e velocidade de encurtamento mais rápida, representando a “verdadeira” fibra rápida glicolítica (RG). 

Já uma fibra do Tipo IIx enquadra-se num meio termo entre as descritas acima, em termos das suas características fisiológicas e metabólicas.

Para entender melhor:

As fibras musculares de contração rápida possuem essas principais características:

  • Alta capacidade para a transmissão eletroquímica dos potenciais de ação;
  • Alta atividade de miosina ATPase;
  • Liberação e captação mais rápidas do Ca2+ por um retículo sarcoplásmico de mais eficiência;
  • Alta taxa de renovação (turnover) das pontes cruzadas.
idosa mostrando função dos músculos

Função dos músculos: sistema muscular

O sistema muscular abarca funções que são fundamentais para o corpo humano, entre elas:

  • Proporcionar estabilidade corporal: a contração dos músculos esqueléticos estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais;
  • Atuar na produção de movimentos corporais: andar e correr por exemplo;
  • Manutenção da temperatura corporal: quando o músculo se contrai, produz calor e grande parte desse calor liberado é usado na manutenção da temperatura corporal;
  • Preenchimento e sustentação do corpo: em conjunto com os ossos, eles fazem a sustentação corporal;
  • Auxiliar nos fluxos sanguíneos: melhora o sistema hemodinâmico, pois os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração.

Classificação da musculatura

A musculatura pode ser classificada por diversos critérios como:

  • Origem: região em que o músculo está mais fixado, servindo como base para sua ação, originando-se  de um ou mais tendões;
  • Inserção: inclui o ponto em que é possível observar o movimento de contração, o local em que a atividade muscular está inserida;
  • Ação: engloba sua função no organismo;
  • Formato e arranjo: dividem-se de acordo com a forma da musculatura e  como é o arranjo das fibras.

Saiba mais sobre essas classificações nos próximos tópicos.

Classificação muscular: ação

Referente à sua ação, um músculo pode ser classificado em:

  • Extensor – quando estira um determinado membro;
  • Flexor – quando flexiona um determinado membro;
  • Adutor – conduz um membro em direção à linha mediana do corpo;
  • Abdutor – conduz um membro para fora da linha mediana do corpo;
  • Rotador – realiza o giro de um ou mais membros;
  • Supinador – quando vira a palma da mão para cima;
  • Pronador – quando coloca a palma da mão virada para baixo.

Classificação muscular: função

Segundo a função que exercem, os músculos classificam-se em:

  • Agonistas – desempenham o movimento principal do músculo;
  • Antagonistas – realizam a movimentação contrária do músculo;
  • Sinergistas – agem auxiliando na atuação de outros músculos agonistas (em geral, estabilizando as articulações no local da movimentação);
  • Fixadores – estabilizam a origem do agonista para que a ação da musculatura ocorra de forma mais eficiente.

Classificação muscular: formato e arranjo das fibras

Relacionado ao formato e ao arranjo das fibras, os músculos subdividem-se:

  • Quanto à forma – os músculos podem ser longos, curtos, largos;
  • Quanto ao arranjo – eles podem ser retos (quando paralelos à linha média), transversos (se perpendiculares à linha média) ou oblíquos (quando diagonais à linha média).

Os músculos são importantíssimos em nosso corpo!

Como visto ao longo do artigo, os músculos desempenham variadas funções no corpo humano, auxiliando na nossa movimentação e na sustentação, sendo imprescindíveis nas atividades diárias.

Então, que tal cuidar bem da sua musculatura? Até a próxima!