Fascite plantar: o que é, quais são os sintomas e como tratar

Você já viu por aqui outros posts sobre patologias que dificultam ou impossibilitam a prática de exercícios e afetam a qualidade de vida e a saúde de quem as possui. O que você ainda não viu por aqui e que está preocupando um grande número de pessoas ultimamente é a fascite plantar, que é responsável por 80% das dores no calcanhar.
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O que é a fascite plantar?

A fascite plantar é um problema comum, há pesquisas indicando que 10% da população mundial já experienciou ou vai experienciar esse desconforto pelo menos uma vez na vida. Nos Estados Unidos essa condição já afeta mais de dois milhões de pessoas de diferentes populações, resultando em mais de um milhão de consultas médicas por ano relacionadas ao tratamento da fascite plantar.
Existe uma área de tecido conjuntivo na planta do pé que se chama fáscia. Essa região cobre ossos, músculos, ligamentos e tendões, dando suporte para a planta do pé. Consequentemente, a fascite plantar é uma condição crônica que ocorre quando a fáscia fica inflamada ou tensa, resultando em sensibilidade e dor.
O diagnóstico clínico é feito por um profissional da saúde a partir do relato do paciente e do exame físico, que se baseia em pressionar a base do pé para confirmar que a dor é proveniente daquela região. Para a realização do diagnóstico, não se fazem necessários estudos de imagem ou outros testes, mas ocasionalmente utiliza-se esses métodos para descartar outras causas de dor no pé, como um osso quebrado ou lesão do nervo.
O principal sintoma identificado é a dor à primeira pisada pela manhã, ou a primeira pisada após um longo período de descanso antecedido por exercício físico prolongado com excesso de esforço da planta do pé. A dor também pode ocorrer ao levantar após muitas horas sentado (como durante a rotina de trabalho), ou após dirigir por muito tempo.

Mas… o que causa essa inflamação? Quais são os fatores de risco?

A causa mais comum é excesso de pressão ou atividade intensa sobre essa região dos pés. Porém, não é a única razão determinante, já que em diversos casos não existe uma causa clara ou um evento pontual.
A fascite plantar é mais comum em pessoas acima do peso, mulheres, indivíduos acima de 40 anos ou quem passa muito tempo em pé durante o dia. Os atletas também não escapam das chances de desenvolver fascite plantar, já que a condição não está relacionada ao sedentarismo. Além disso, pessoas que possuem o famoso “pé chato” também tendem a apresentar fascite plantar.
A fascite plantar possui tratamento, porém, a condição pode voltar a se fazer presente. Antes de falarmos sobre as formas de tratamento é importante ressaltar as causas locais que levam a microtraumas repetidos da fáscia plantar, que são as seguintes:

  • Conformações anatômicas (pé chato, pés cavos);
  • Uso de chinelos e de sapatos com sola de pouco suporte;
  • Prática frequente de corridas de longa distância;
  • Encurtamento do Tendão de Aquiles ou Tendão do Calcâneo;
    Essa condição prolonga a flexão do pé, causando encurtamento da fáscia plantar. Portanto, quando o indivíduo fica em pé, ele estica a fáscia plantar e acelera a dor.
  • Mudanças súbitas em atividades corriqueiras (salto repentino ou até trocar o calçado).

Tratamento para Fascite Plantar

Algumas medidas simples podem ser tomadas para diminuir os sintomas da fascite plantar, confira:

  • Se houver a identificação de uma atividade determinante para a condição de fascite plantar, como a intensidade de atividade física ou o aumento repentino no impacto, a diminuição da mesma pode ser útil;
  • Alongamento diário dos músculos da panturrilha e da fáscia plantar, também na prática de exercícios;
  • Aplicação de gelo na área afetada por 10 a 20 minutos de 2 a 3 vezes por dia;
  • Utilização de calçados com maior sustentação;
  • Utilização de sapatilhas ortopédicas, principalmente para quem enfrenta o problema em função do sobrepeso, já que a intenção das sapatilhas ortopédicas é reduzir a pressão na fáscia plantar a partir da elevação do calcanhar;
  • Medicamentos como ibuprofeno para alívio a curto prazo;
  • Em casos extremos, como dor sem resposta aos tratamentos anteriores por mais de 3 semanas, injeções de esteróides podem ser administradas para redução da dor, mas é preferível utilizar-se de outros métodos;

E quais são os tipos de alongamento adequados?

Confira a seguir algumas imagens de exemplo de alongamentos eficazes cientificamente comprovados.
 

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Esse tipo de alongamento é recomendado para antes de dormir e no primeiro momento da manhã, logo ao acordar. Puxe o pé para trás por 30 segundos, 3 vezes com 30 segundos de descanso entre uma vez e outra.


 
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Esse alongamento combina a extensão do músculo e massagem, sendo importante também antes de dar os primeiros passos, pela manhã. Alongue e massageie por 1 minuto, repetindo 3 vezes com 30 segundos de descanso entre uma vez e outra.


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Nesse alongamento você precisará de uma lata ou pequena bola. Também é pra ser realizado no mesmo momento dos anteriores, rolando por 1 minuto e repetindo 3 vezes, com um intervalo de 30 segundos entre elas.


Agora você já sabe todos os pontos importantes sobre a fascite plantar, tanto para evitá-la quanto para conseguir tratá-la caso ocorra com você. Não esqueça de tomar cuidado na realização de exercícios, não demandar do seu corpo mais do que ele pode oferecer e prestar atenção às cargas e ao impacto envolvido nas atividades!