As Doenças que Mais Matam no Mundo

As doenças que mais matam no mundo e como evitá-las

Nas últimas semanas, o pânico generalizado em função do novo coronavírus está assombrando a população e tirando o sono de muita gente. O aumento no número de casos e no número de mortes faz com que o pânico se propague ainda mais rapidamente do que a doença, deixando as pessoas perdidas e com medo do que pode acontecer.

Por mais que não possamos ignorar um risco exponencial como é o caso do COVID-19, é importante entender outros problemas que apresentam proporções alarmantes no Brasil e no mundo. Existem diversas doenças causadas por maus hábitos alimentares e falta de exercícios físicos, que muitas vezes nem são consideradas doenças por quem as tem.

Você já deve ter ouvido alguém falar “não tenho doença nenhuma! Eu tinha problema de colesterol, mas agora tomo remédio e não tenho mais”. O mesmo também se ouve em relação à hipertensão: “eu tinha problema de pressão, mas agora tomo esse remédio e não tenho mais”. Muitas doenças são tratadas como uma condição normal de saúde, e não se enxerga a origem das mesmas. 

Doenças que mais matam no Brasil

Você sabia que para prevenir muitas das principais doenças prevalentes no Brasil, a diminuição de comportamento sedentário, a prática de exercícios físicos e a melhora da qualidade da dieta funcionam tão bem quanto higienizar as mãos regularmente funciona para prevenir a transmissão do coronavírus?

O problema é que não se tem a cultura de prevenir doenças antes de ter que se preocupar com elas de fato. 

No topo das doenças que mais matam no Brasil está a doença isquêmica do coração, caracterizada pela obstrução das artérias cardíacas por placas gordurosas que impedem a chegada de sangue suficiente a determinada parte do coração, dificultando o bombeamento adequado de sangue.

No caso dessa doença, as placas gordurosas são formadas (aterosclerose) tanto pelo acúmulo de gorduras trans quanto pelo excesso de colesterol LDL circulante, combinado com outros fatores como alta pressão sanguínea e glicemia alta. E sabe qual seria a forma de diminuir o potencial desses fatores de risco? Exercício físico e alimentação equilibrada!

Doenças cardiovasculares e diabetes

Em 2019, morreram mais de 289 mil pessoas no Brasil em função de doenças cardiovasculares. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 17,9 milhões de pessoas morreram por doenças cardiovasculares ao redor do mundo em 2016. O número assusta tanto no Brasil quanto no mundo. É necessário mudar esses números, e vamos mostrar de que forma é possível.

As doenças e complicações cardiovasculares, como acidente vascular cerebral, doença coronariana, isquemia cerebral e infarto, podem ter sua incidência de ocorrência diminuída através de bons hábitos de vida, incluindo melhora nos padrões alimentares, diminuição do comportamento sedentário e aumento de atividade física. 

As mesmas recomendações valem para diabetes, que foi a principal causa de morte em 61.398 pessoas no Brasil no ano de 2016. As complicações diabéticas e cardiovasculares estão relacionadas e são comuns os casos de pessoas que apresentam os dois quadros.

Veremos a seguir quais são as mudanças de hábito que diminuem a incidência das doenças que mais matam.

Como evitar doenças através da alimentação

  • Evitando excessos de sódio; 
  • Evitando excessos de gordura saturada e colesterol
    A relação direta entre ingestão de gorduras saturadas e incidência de doenças ainda não é totalmente estabelecida, porém, as gorduras saturadas estão presentes em alimentos com altas concentrações de colesterol também. Sabendo que o excesso de colesterol contribui para a formação de placas gordurosas, é necessário se atentar aos alimentos fonte. São eles: carnes gordas, principalmente as vermelhas, ovos, leite e derivados. Alimentos de origem vegetal não possuem colesterol.
  • Evitando alimentos industrializados ultraprocessados;
  • Inserindo na dieta maior quantidade de cereais integrais e derivados, como farinha de trigo integral, arroz integral e aveia;
  • Aumentando a ingestão de fibras através do consumo de frutas, legumes e verduras;
  • Inserindo na alimentação fontes de gorduras insaturadas, como azeite de oliva, castanhas e peixe.

Qual é o papel do exercício nas doenças e como evitá-las através da atividade física

O mecanismo pelo qual o exercício físico protege o organismo de doenças cardiovasculares pode ser resumido da seguinte forma: a prática de exercícios reduz a porcentagem de gordura corporal, o que acarreta numa melhora do perfil lipídico e ajuda a não formar placas gordurosas nas artérias. Além disso, a melhora do perfil lipídico ocasiona redução da pressão arterial, diminuindo as chances de hipertensão. A prática regular de exercícios físicos também acaba promovendo melhor perfil glicêmico, diminuindo a incidência de diabetes. 

Existe uma série de processos envolvidos em cada uma das etapas desse mecanismo, mas a visão ampla nos permite entender que a prática de exercícios físicos está relacionada tanto à menor incidência de obesidade, que é fator de risco para hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares, quanto à menor incidência dessas doenças citadas em si.

O comportamento sedentário em si, além da inatividade física, também tem seu papel na contribuição para o desenvolvimento de doenças. Dessa forma, a melhora no comportamento sedentário é uma variável importante na prevenção de mortalidade por diversas doenças. 

O comportamento sedentário é caracterizado por qualquer atividade realizada em posição sentada ou reclinada, com baixo gasto energético (trabalhar por muitas horas sentado em frente ao computador, por exemplo). Um estudo de 2013 apontou que o simples ato de ficar em pé durante algum tempo no meio da rotina de comportamento sedentário pode diminuir em 33% a incidência de mortalidade em comparação aos que praticam somente o comportamento sedentário, sendo ambos os grupos inativos fisicamente.

Além disso, outra boa notícia é que qualquer redução de inatividade física, ou seja, a prática de qualquer atividade física regular já reduz o risco de mortalidade em relação aos indivíduos inativos fisicamente.

A vantagem do exercício físico é que você pode escolher o que mais lhe agrada, tornando da prática uma obrigação prazerosa. Além dos benefícios para a saúde física, existem outros inúmeros, como a liberação de hormônios que promovem a sensação de prazer, satisfação e bem estar. O ideal é seguir as recomendações da OMS: no mínimo 150 minutos de atividade física moderada por semana.

Por mais que seja assustadora a realidade atual vivida em função do coronavírus, o período de isolamento social também pode ser útil para se dar conta das diversas comorbidades que tem maior prevalência no país. Aproveitando a onda de prevenção e conscientização a respeito do novo vírus, por que não se conscientizar e se prevenir de outras doenças que mais matam e são protagonistas no cenário brasileiro?