Sistema Imunológico e Exercício Físico- qual é a ligação entre ambos?

No inverno, precisamos ter certas atenções com a prática de exercícios, tanto com a vestimenta que devemos utilizar quanto com a intensidade.
O volume e tempo de recuperação entre uma sessão e outra são indispensáveis para a pratica segura e seu desenvolvimento.

O exercício físico e o sistema imunológico

O exercício físico é um evento estressante para o nosso organismo, dentre outras consequências, há a liberação de cortisol durante e após a atividade física, tal hormônio é decorrente de estresse e tem como função principal o catabolismo.
No inverno, temos a tendência de perder mais peso com a prática de exercícios físicos por questões climáticas, já que o frio é um agente estressante e, porque, o nosso organismo recruta mais energias de nosso tecido adiposo marrom nessa época do ano, o qual é rico em lipídeos.
Em um estudo realizado por Leandro C. et  al (2002), atividades físicas aeróbias moderadas, entre 50 e 65% do VO2 máximo, parecem ser mais benéficas para o nosso sistema imune, evitando a imunosupressão (janela aberta do organismo), com isso, temos uma menor chance de ter doenças oportunistas nas vias aéreas superiores, como por exemplo, infecções na garganta, febre e gripe, muito comuns nessa época do ano.
A ingestão de carboidrato após as atividades físicas parece ser um fator muito importante para a recuperação do organismo após os exercícios. As células de defesa de nosso corpo, como as NK (natural killers), os macrófagos e os neutrófilos, se recuperam mais rapidamente com a ingestão de carboidratos logo após a atividade física, principalmente se realizado em intensidade moderada, fazendo com que o cortisol (hormônio estressante e  catabólico), volte ao nível basal mais rapidamente, além de melhorar a recuperação pós-atividade física, já que a ingestão de carboidratos faz com que haja a ressíntese de glicogênio muscular e hepático, que são fontes de energias fundamentais para atividade física.
As vestimentas, também devem estar de acordo com a prática de exercícios físicos, no inverno, preconiza-se a utilização de diversas camadas finas de roupa, com tecido leve (Dri-fit), formando “bolsões” de ar, fazendo com que o organismo tenha mais facilidade em perder calor, com isso as glândulas sudoríparas, que são responsáveis pela sudorese (suor) ficam com as atividades otimizadas e consiguem perder o calor de forma mais rápida, evitando que o nosso corpo entre em fadiga precocemente, já que não haverá evaporação do ar, pois a sudorese estará prejudicada. Portanto, evitem utilizar tecidos pesados e quentes, optem por vários tecidos de roupa leve.
O exercício físico gera um desvio do estado de homeostase orgânica, levando à reorganização da resposta de diversos sistemas, entre eles o sistema imune. Assim, os componentes acima citados da resposta imune vão sofrer modificações de acordo com o estímulo recebido. Apesar de o exercício ser genericamente classificado como um estímulo estressante parece mais adequado dividir a resposta ao exercício em dois componentes: resposta
aguda e adaptação crônica. A resposta aguda é reação transitória a estresse, enquanto o estímulo crônico gera a resposta de adaptação a longo prazo ao exercício, que habilita o organismo a tolerar de maneira mais adequada aos eventos estressantes.
Ressaltamos a importância do profissional de Educação Física nesse processo, já que somente esses profissionais, podem controlar a intensidade, volume e a magnitude da prescrição dos exercícios favorecendo os benefícios da prática regular de atividade física, evitando o aparecimento de lesões e nesse caso, a imunosupressão.
Portanto, vamos nos mexer?!  Aproveitem que nessa época do ano podemos perder mais peso! Comece já a realizar atividades físicas, com segurança e resultados garantidos! Com a supervisão e acompanhamento de profissionais capacitados!
 
Autor: Gabriel de Oliveira
Editor: Gabriel de Oliveira