Proteínas: como funcionam no organismo?
As proteínas estão presentes na maior parte dos alimentos. Carnes, ovos, leite e derivados apresentam altas concentrações, além de leguminosas como feijões, lentilha e grão de bico. Cereais também apresentam certo nível proteico, mesmo que baixo, como o arroz, aveia, milho etc.
Esse grupo sempre é visto como o herói protagonista de qualquer prato, não é mesmo? As proteínas são amigas das dietas, do emagrecimento, do ganho de massa muscular, entre outras famas. Mas você sabe como o corpo as metaboliza, a necessidade diária, as funções que elas exercem e os mitos e verdades sobre o consumo de proteínas? Não? Então acompanhe aqui no post e aprenda conosco!
Metabolismo de proteínas
Para começarmos a falar de proteínas, é essencial pontuar que não utilizamos as proteínas inteiras conforme ingerimos pela alimentação.
As proteínas são formadas por pequenas subunidades chamadas de aminoácidos, e são esses carinhas que importam pra gente. Nosso corpo consegue processar 20 aminoácidos, que estão divididos entre não essenciais (que as células são capazes de sintetizar) e essenciais (que as células não sintetizam e consequentemente buscamos na alimentação). Dentro desse número de aminoácidos, inúmeras combinações e quantidades resultam em inúmeras proteínas diferentes.
Ao comermos algo proteico como carnes, ovos, leites, feijões, grão de bico, lentilha etc, o processo de digestão desses alimentos resulta em uma quebra dessa grande estrutura (que é a proteína) em unidades menores, que são os aminoácidos. É com esse substrato que o corpo trabalha, construindo suas próprias proteínas de acordo com as demandas internas dos órgãos.
Mas… para que servem as proteínas?
- Formação de enzimas;
- Forma e estabilidade de células e tecidos;
- Transporte de moléculas essenciais para o funcionamento do organismo;
- Participação no sistema imune;
- Regulação do metabolismo.
Para cada função proteica, uma combinação diferente de aminoácidos é requerida e a proteína necessária é formada endogenamente.
As proteínas sofrem reciclagem. Isso significa que, quando alguma proteína exerce sua função e passa a ser desnecessária, ela é degradada e seus aminoácidos são reutilizados para a formação de uma nova proteína.
E qual é a ingestão diária recomendada de proteínas?
Dois valores são usados como referência para o consumo de proteínas em adultos acima de 19 anos. Segundo as DRIs (Dietary Reference Intakes), o consumo proteico deve representar de 10% a 35% do valor calórico total no dia. Outro valor de referência utilizado é de 0,8g a 1,1g de proteína por quilo de peso do indivíduo por dia. Essa recomendação é válida para adultos comuns, mas difere quando se trata de atletas. Nesse caso, classifica-se como atleta os praticantes de exercícios de competição, de alta intensidade e longa duração, como futebol, handebol, vôlei, entre outros. Para esse grupo, a recomendação pode chegar a até 2g por quilo de peso.
Vale lembrar que o peso da proteína não é equivalente ao peso do alimento (por exemplo, 1g de frango), e sim à quantidade de proteína nesse alimento.
O que são proteínas de alta qualidade?
Existem as conhecidas proteínas de alta qualidade ou de alto valor biológico. Esse nome caracteriza as proteínas que tem a maior variedade de aminoácidos na sua composição. É comum se pensar que proteínas de alto valor biológico tem relação com o alimento da onde vieram essas proteínas, mas é importante saber o real significado para não haver confusão.
O que acontece com a proteína excedente?
Os hábitos alimentares da sociedade ocidental geralmente incluem uma grande quantidade de carne e derivados, tornando fácil ultrapassar o consumo recomendado de proteínas. Nesse caso, o organismo precisa dar algum destino para esse excesso de aminoácidos, já que nada é simplesmente eliminado do nosso corpo.
Você já deve ter ouvido por aí que o que gera acúmulo de gordura é a ingestão das próprias gorduras e a transformação dos carboidratos nas mesmas, não é mesmo? Mas, nessa hipótese, o que aconteceria com as proteínas?
Pois então, o fato é: proteínas em excesso também podem acabar como reserva energética.
As proteínas representam a única classe de macronutrientes que não pode ser armazenada, como armazenamos carboidrato na forma de glicogênio e gorduras na forma de triacilgliceróis.
O destino da proteína excedente é a formação de carboidratos. Se a necessidade for de consumo energético, então esse carboidrato formado serve de substrato para essas rotas de consumo. Porém, se já existe bastante substrato disponível, o organismo utiliza esse carboidrato excedente para armazenamento na forma de glicogênio ou triacilglicerol.
Isso tudo significa que, apesar de serem vistas como heroínas, o consumo em excesso de proteínas não significa maior ganho de massa muscular. Em dietas que privilegiam a ingestão de proteínas sobre os carboidratos, o excesso formado acaba gerando os mesmos carboidratos evitados no começo do ciclo. Dessa forma podemos ver a importância do equilíbrio dos nutrientes.
E o colágeno?
O colágeno faz parte do grupo das proteínas, sendo uma das mais famosas delas, principalmente entre quem deseja preservar a pele e evitar rugas. Muitos produtos à base de colágeno são amplamente vendidos e utilizados na mesma proporção para atingir esses resultados.
O colágeno está, de fato, envolvido com estrutura e sustentação das células. Porém, como já falamos anteriormente, toda proteína que ingerimos passa pela digestão e é quebrada em aminoácidos, sendo que o organismo não identifica de qual proteína eles originalmente vieram.
No final das contas, o que determina a famosa preservação da elasticidade da pele são fatores genéticos e a necessidade que o organismo enxerga de produzir aquela proteína específica. Se a genética do indivíduo estimula a produção endógena de colágeno, essa proteína vai ser produzida e terá o destino adequado conforme a demanda de cada célula.
Agora você conhece melhor a função das proteínas no corpo humano e sabe que algumas informações que recebemos a respeito desse grupo são mitos. Consumir proteínas de acordo com as recomendações é importante para a manutenção de diversos processos biológicos, e não esqueça que quanto maior a diversidade das fontes proteicas, maior é a diversidade de aminoácidos a ser ingerida.
Depois de adquirir esse conhecimento, vá colorir seu prato com alimentos diversos e seja feliz na sua escolha de fontes proteicas!