
Medidas antropométricas para cuidar da saúde e estética
Medidas antropométricas: Quais as principais variáveis devo acompanhar para cuidar da saúde e estética?
Emagrecer é a meta da maioria das pessoas no final do ano, não é mesmo? Você faz a matrícula na academia, começa a dieta, chega até a consultar com uma nutricionista. Chegando na consulta, ela faz uma série de medições que você não faz ideia do que significam e às vezes não recebe as orientações desejadas.
Para começarmos, saiba que as medidas antropométricas, no geral, servem para algumas finalidades:
- Avaliar a situação nutricional do indivíduo;
- Conhecer a composição corporal do paciente;
- Entender as individualidades de cada um na hora de montar um plano alimentar;
- Acompanhar o processo de evolução do paciente de acordo com suas medidas iniciais, tornando mensurável.
Costuma-se pensar no peso como único critério de avaliação de evolução. Ou seja, perda de peso é resultado positivo, enquanto ganho de peso é resultado negativo. Em seguida veremos que não é dessa forma que a prática funciona: perder peso não significa perder gordura . Pensando também em atletas, o peso sozinho não fornece praticamente nenhuma informação a respeito do quadro daquele indivíduo. Se o peso subiu ou diminuiu, é importante saber se o que foi perdido ou ganhado se trata de músculos ou gordura, e é nessa distinção que entra o papel das medidas antropométricas.
Além disso, para o primeiro contato com o paciente, os profissionais precisam ter ciência do quadro em que a pessoa se encontra. Algumas medidas antropométricas também funcionam nesse sentido, fornecendo um parâmetro para o início da conduta nutricional ou de exercícios a serem trabalhados.
Para acabar com as suas dúvidas e trazer curiosidades a respeito das conhecidas medidas antropométricas, confira alguns exemplos e para quê servem:
Índice de Massa Corporal
O famoso IMC é a medida antropométrica mais conhecida e mais praticada. Pode parecer simples, mas saber o IMC de cada indivíduo possibilita a particularidade e singularidade de cada intervenção, seja para emagrecimento ou para manutenção da saúde.
O cálculo do IMC é bem acessível, existem diversas calculadoras disponíveis na internet. A fórmula é:
IMC = peso (em quilos) / altura² (em metros)
Ok, você sabe calcular agora. Mas o que significa o número que o IMC aponta?
Existe uma tabela simples de classificação para adultos eutróficos, entre 20 a 59 anos, veja:
Classificação | IMC (kg/m²) |
Baixo peso | <18,5 |
Normal | 18,5 – 24,9 |
Sobrepeso | 25 – 29,9 |
Obesidade grau I | 30 – 34,9 |
Obesidade grau II | 35 – 39,9 |
Obesidade grau III | >40 |
Com base na classificação fornecida pelo IMC, é possível traçar metas conhecendo a situação do indivíduo. Por exemplo, se o IMC da Camila for 17kg/m², a nutricionista dela precisará elaborar uma intervenção visando, no mínimo, IMC de 18,5kg/m². O mesmo vale para a obesidade, pensando em reduzir o IMC para valores mais próximos de 24,9kg/m².
Percentual de gordura
O percentual de gordura é a medida chave para definir se a perda ou ganho de peso tem a ver com gordura de fato. É através da série de medições e fórmulas que se chega no percentual, tornando possível um acompanhamento mais detalhado e mais específico da composição corporal do indivíduo.Essa medida antropométrica pode ser realizada de diversas formas, e provavelmente sua nutricionista ou seu Personal [https://www.fabiomedina.com.br/2019/06/04/personal-trainer-coach-por-que-preciso-de-um/] já deve ter utilizado alguma delas com você. Conheça as duas as mais comuns e largamente aplicadas:
- Bioimpedância
O método consiste em um aparelho que dispara uma corrente elétrica pelo corpo do indivíduo. O resultado separa os tecidos de acordo com a resistência à passagem da corrente elétrica, determinando com precisão e especificidade o percentual de gordura do indivíduo medido, além do percentual de massa magra.
Essa técnica requer alguns cuidados do paciente, como não utilizar objetos metálicos durante o teste e esvaziar a bexiga antes de começar.
- Dobras cutâneas
Essa técnica de medição é chamada de técnica indireta por se tratar de uma estimativa através de fórmulas, embora seja um método seguro e eficaz.
As dobras são medidas através de um aparelho chamado de adipômetro ou plicômetro. O procedimento consiste basicamente em “pinçar” alguns pontos específicos do corpo com o plicômetro, aplicando posteriormente os resultados em uma fórmula para ter a densidade corporal do indivíduo. Após a densidade é possível, então, calcular o percentual de gordura.
Existem diversos protocolos e diversas fórmulas para a estimativa de densidade corporal. Entre as mais comuns, tem-se a equação de Jackson & Pollock (1980) para estimativa de densidade corporal em homens, que é baseada em 7 dobras cutâneas e é estruturada da seguinte forma:
D = 1,112 – 0,00043499 (X1) + 0,00000055 (X1²) – 0,00028826 (X3)
Onde D = Densidade corporal (g/ml), X1 = soma das 7 dobras: peitoral, axilar média, tríceps, subescapular, abdominal, suprailíaca e coxa e X3 = idade, em anos.
Após o resultado da densidade, ainda é necessário transformar esse número em percentual de gordura, utilizando outra fórmula para esse fim. A equação de Siri (1961) é altamente utilizada e se apresenta da seguinte forma:
%G = [(4,95/D) – 4,50] x 100
Onde D = densidade corporal calculada na fórmula anterior.
Ok, mas… como saber se a porcentagem de gordura corporal está adequada?
Para isso temos tabelas de classificação de acordo com sexo e idade. Confira abaixo:
Percentual de gordura para homens
Nível /Idade | 18 – 25 | 26 – 35 | 36 – 45 | 46 – 55 | 56 – 65 |
Excelente | 4 a 6 % | 8 a 11% | 10 a 14% | 12 a 16% | 13 a 18% |
Bom | 8 a 10% | 12 a 15% | 16 a 18% | 18 a 20% | 20 a 21% |
Acima da Média | 12 a 13% | 16 a 18% | 19 a 21% | 21 a 23% | 22 a 23% |
Média | 14 a 16% | 18 a 20% | 21 a 23% | 24 a 25% | 24 a 25% |
Abaixo da Média | 17 a 20% | 22 a 24% | 24 a 25% | 26 a 27% | 26 a 27% |
Ruim | 20 a 24% | 20 a 24% | 27 a 29% | 28 a 30% | 28 a 30% |
Muito Ruim | 26 a 36% | 28 a 36% | 30 a 39% | 32 a 38% | 32 a 38% |
Percentual de gordura para mulheres
Nível /Idade | 18 – 25 | 26 – 35 | 36 – 45 | 46 – 55 | 56 – 65 |
Excelente | 13 a 16% | 14 a 16% | 16 a 19% | 17 a 21% | 18 a 22% |
Bom | 17 a 19% | 18 a 20% | 20 a 23% | 23 a 25% | 24 a 26% |
Acima da Média | 20 a 22% | 21 a 23% | 24 a 26% | 26 a 28% | 27 a 29% |
Média | 23 a 25% | 24 a 25% | 27 a 29% | 29 a 31% | 30 a 32% |
Abaixo da Média | 26 a 28% | 27 a 29% | 30 a 32% | 32 a 34% | 33 a 35% |
Ruim | 29 a 31% | 31 a 33% | 33 a 36% | 35 a 38% | 36 a 38% |
Muito Ruim | 33 a 43% | 36 a 49% | 38 a 48% | 39 a 50% | 39 a 49% |
O ideal é se manter entre “acima da média” e “excelente”, não é mesmo? Para isso, converse com sua nutricionista e Personal e estabeleça as melhores estratégias para manutenção da sua saúde e estética.
Circunferência da cintura
Outra medida que deve receber atenção é a circunferência de cintura, por um motivo bem simples: quanto maior a circunferência da cintura, maior o risco para desenvolvimento de obesidade e doenças cardiovasculares.
A circunferência da cintura é muito mais simples de ser medida, bastando uma fita antropométrica. Os parâmetros de adequação segundo a Organização Mundial da Saúde também são simples, sendo:
Risco elevado | Risco muito elevado | |
Mulheres | ≥80cm | ≥88cm |
Homens | ≥94cm | ≥102cm |
Agora você conhece algumas medidas antropométricas, importantes na manutenção da saúde e estética. Se atentar a esses valores e ter um acompanhamento nutricional e físico é extremamente importante para a qualidade de vida, tendo o foco no desempenho e na prevenção de doenças crônicas.